Sempre aprendo muito quando você escreve. No colégio onde trabalho, atendo pequenos grupos de estudantes em um núcleo (chama-se Núcleo de Atendimento a Pessoas com Necessidades Específicas). Isso que você pontuou no post é gritante: algumas crianças/adolescentes precisam só de mais tempo, textos mais curtos, fontes maiores. Outras sequer conseguem fazer a própria higiene sozinhas. Eu como professora nunca entendi como essa noção de 'espectro' poderia funcionar para contemplar pessoas com potencialidades tão diferentes. Pelo que entendi, esses aspies militam para que o autismo não seja considerado uma deficiência, porque deficiência na cabeça deles é uma coisa ruim? Talvez eles não percebam que, para além de prejudicar famílias inteiras, não usar o termo 'deficiência' para conceituar o autismo, não vai fazer com que o estigma desapareça. Isso se faz com educação, é um processo contínuo. Enfim, obrigada por trazer esses temas e a nos ajudar a entender essas questões tão complexas. Beijo!
Te leio, gosto demais da tua newsletter, e não sou família, professora, terapeuta nem amiga, hehe. Gosto dos teus textos, da clareza e da assertividade deles.
Essa semana apareceu no meu feed um físio falando da passagem dos níveis 3 para o 2 e do 2 para o 1 com terapias adequadas. Parece que é fácil e inevitável como quem vai ali e volta. Lembrei de vc e senti raiva do falastrão.
No mais, obrigada por ter meu nome num texto escrito por você, pessoa que tanto respeito e quero bem.
Eu gosto muito de ver a sua perspectiva sobre isso, embora eu não concorde com tudo.
Fico realmente decepcionada de ver como a neurodiversidade e a neuroafirmatividade tenha virado em alguns círculos num discurso de que autismo não é deficiência. Principalmente porque, como você falou, reforça o argumento criminoso de planos de saúde para negar tratamento.
Não sei se a migração para outras categorias diagnósticas serviria para o que você propõe, mas me intrigou!
Gosto muito de acompanhar o Mãe de Zé. Você é brilhante e realmente provoca um senso de conexão na maneira que escreve. Torço pra que um dia você publique!
A síndrome de Rett, a princípio, era autismo. Hoje é síndrome de Rett e nenhuma mãe de menina com a síndrome precisa lidar com moleque que não cuida nem de planta querendo falar em nome do filha dela. Eu só não identifico meu filho pela síndrome dele pq 1) tem 20 casos no Brasil, ng vai saber; 2) nem sei pronunciar direito. Mas além de me parecer óbvio que um PhD em física e uma pessoa que não acerta a colher na boca não tem a mesma coisa, nem como etiologia (causa), nem como experiência de vida. Não vejo sentido colocá-las sob um diagnóstico frouxo (a noção de espectro é frouxa por excelência) levando a gente por exemplo (famílias atípicas de casos graves) termo representantes no governo que são contra acompanhante terapêutico nas escolas (obviamente, o cara é aspie).
Sim, o argumento pra não ter AT é de que é uma função dentro da ABA, que eles decidiram que é maléfica por natureza... essa coisa de demonizar uma abordagem em si também é uma coisa que me incomoda bastante. A historia da psicologia com PCDs é horrível. Mas partindo daí, até a "santa" psicanálise já promoveu packing therapy pra autistas. A ABA virou um mercado que cresceu desorganizadamente, mas também é uma das poucas terapias pra n2 e n3. Por muito tempo foi a única. É complexo pra caralho de viver dentro dessas disputas de narrativa e no fim das contas quem sofre mais é o n3
Só discordo de uma coisa: você é sim escritora. Não à toa seus amigos, e eu que só te seguia no finado twitter, lemos seus textos sobre a sua experiência como mãe do Zé, mesmo não tendo qualquer ligação anterior com o assunto. Porque nem melhores amigos seguem lendo textos sem que sejam tão bem escritos que prendam a atenção, mesmo num tema tão complexo.
Sempre aprendo muito quando você escreve. No colégio onde trabalho, atendo pequenos grupos de estudantes em um núcleo (chama-se Núcleo de Atendimento a Pessoas com Necessidades Específicas). Isso que você pontuou no post é gritante: algumas crianças/adolescentes precisam só de mais tempo, textos mais curtos, fontes maiores. Outras sequer conseguem fazer a própria higiene sozinhas. Eu como professora nunca entendi como essa noção de 'espectro' poderia funcionar para contemplar pessoas com potencialidades tão diferentes. Pelo que entendi, esses aspies militam para que o autismo não seja considerado uma deficiência, porque deficiência na cabeça deles é uma coisa ruim? Talvez eles não percebam que, para além de prejudicar famílias inteiras, não usar o termo 'deficiência' para conceituar o autismo, não vai fazer com que o estigma desapareça. Isso se faz com educação, é um processo contínuo. Enfim, obrigada por trazer esses temas e a nos ajudar a entender essas questões tão complexas. Beijo!
Beijossss! (Quem lida com essas diferenças no dia a dia entende rapidinho)
Escrever pode ser bom mas
poder ler um texto, profundo enquanto claro, com um gostinho de quero mais e, belo apesar do “phatos”, não tem preço.
Aprendo muito com você, Aline.
Um beijo.
💖
Eu leio. Você é ótima escritora.
Tô aguardando uma collabs dona Cacau
Te leio, gosto demais da tua newsletter, e não sou família, professora, terapeuta nem amiga, hehe. Gosto dos teus textos, da clareza e da assertividade deles.
Muito obrigada 💖
Essa semana apareceu no meu feed um físio falando da passagem dos níveis 3 para o 2 e do 2 para o 1 com terapias adequadas. Parece que é fácil e inevitável como quem vai ali e volta. Lembrei de vc e senti raiva do falastrão.
No mais, obrigada por ter meu nome num texto escrito por você, pessoa que tanto respeito e quero bem.
Te amo, minha amiga!
Não tem melhor citação para ser feita do que (d)as nossas amigas
Eu gosto muito de ver a sua perspectiva sobre isso, embora eu não concorde com tudo.
Fico realmente decepcionada de ver como a neurodiversidade e a neuroafirmatividade tenha virado em alguns círculos num discurso de que autismo não é deficiência. Principalmente porque, como você falou, reforça o argumento criminoso de planos de saúde para negar tratamento.
Não sei se a migração para outras categorias diagnósticas serviria para o que você propõe, mas me intrigou!
Gosto muito de acompanhar o Mãe de Zé. Você é brilhante e realmente provoca um senso de conexão na maneira que escreve. Torço pra que um dia você publique!
A síndrome de Rett, a princípio, era autismo. Hoje é síndrome de Rett e nenhuma mãe de menina com a síndrome precisa lidar com moleque que não cuida nem de planta querendo falar em nome do filha dela. Eu só não identifico meu filho pela síndrome dele pq 1) tem 20 casos no Brasil, ng vai saber; 2) nem sei pronunciar direito. Mas além de me parecer óbvio que um PhD em física e uma pessoa que não acerta a colher na boca não tem a mesma coisa, nem como etiologia (causa), nem como experiência de vida. Não vejo sentido colocá-las sob um diagnóstico frouxo (a noção de espectro é frouxa por excelência) levando a gente por exemplo (famílias atípicas de casos graves) termo representantes no governo que são contra acompanhante terapêutico nas escolas (obviamente, o cara é aspie).
Sim, o argumento pra não ter AT é de que é uma função dentro da ABA, que eles decidiram que é maléfica por natureza... essa coisa de demonizar uma abordagem em si também é uma coisa que me incomoda bastante. A historia da psicologia com PCDs é horrível. Mas partindo daí, até a "santa" psicanálise já promoveu packing therapy pra autistas. A ABA virou um mercado que cresceu desorganizadamente, mas também é uma das poucas terapias pra n2 e n3. Por muito tempo foi a única. É complexo pra caralho de viver dentro dessas disputas de narrativa e no fim das contas quem sofre mais é o n3
*da filha dela
**** Todos os outros erros de digitação no celular
Só discordo de uma coisa: você é sim escritora. Não à toa seus amigos, e eu que só te seguia no finado twitter, lemos seus textos sobre a sua experiência como mãe do Zé, mesmo não tendo qualquer ligação anterior com o assunto. Porque nem melhores amigos seguem lendo textos sem que sejam tão bem escritos que prendam a atenção, mesmo num tema tão complexo.
Mais um texto perfeito! Obrigado, Aline!