A minha proposta hoje é colocar uma provocação aos psicanalistas a respeito de um tipo de sujeito bem específico do mundo dos autismos e que será bem reconhecido por quem me lê e é do babado.
Aqui no meu campo de batalha, o TDAH, eu já vi tantos psicanalistas duvidando da existência do diagnóstico, minimizando os impactos do transtorno na vida do paciente e até consagrando fake news (como o Christian Dunker, que repercute em vídeo uma mentira afirmando que o psiquiatra que primeiro propôs a tipologia do transtorno depois se arrependeu e renegou a existência do TDAH) que não consigo mais levar esse campo de conhecimento a sério, pelo menos no universo da neuroatipia.
eu nem estou questionando o que eles pensam sobre autismo, pq acho que tem surgido coisas legais, novas, e tal, nesse campo. quero ler, quer ler respeitosamente.
mas na política, eles andam muito mal acompanhados, de autistas que são nível 1 de suporte que são misóginos.
se esses jovens não fossem autistas e estivessem em qualquer outro lugar no mundo, os psicanalistas diriam "têm traumas com as mães", mas como são autistas que dizem exatamente o que os psicanalistas precisam na luta contra ABA, então eles fingem que não são jovens misóginos cheios de PROBLEMAS PSICANALÍTICOS para tratar.
(a psicanálise me ajudou muito, mas não a reconhecer meu autismo, e sim, meu trauma. é uma abordagem bastante complexa e, quando bem feita, ajuda bastante, mas certamente não dá todas as respostas)
Tem seríssimos problemas atualmente com mães de autistas de alto grau de suporte . Aliás, sempre teve, a cada período histórico, problemas com vários grupos de mulheres. As mulheres trans que o digam e por aí vai.
sabia que eu me identifico muito com a experiência trans? eu tenho uma teoria (que pode estar completamente errada) que eu desenvolvi altas habilidades pra lidar com o autismo e a maior característica que veio com isso foi a hipersensibilidade e uma empatia tão louca que às vezes eu tenho a impressão que eu consigo ler a mente das pessoas (sei que não é verdade, aí eu sinto que eu to pirando). minha identificação com a experiência trans é a seguinte: admiro muito a escolha de viver de forma diferente e reconheço ao mesmo tempo que eles não tem escolha além de ser como são. eu sinto que eu não tenho escolha a não ser ser como eu sou.
Você sabe que já existem estudos que apontam que a prevalência de pessoas trans entre autistas é bem maior que entre pessoas típicas, né? Tenho amiga psicóloga que atende criança e adolescente que já está com vários pacientes trans e autistas.
não sabia, mas não me surpreendo nenhum pouco! eu reprimi completamente a minha bissexualidade por conta de homofobia, hoje estou casada com um homem (e estou muito feliz), mas fico triste pelos relacionamentos com mulheres que tive que esconder por medo.
Que textaço, Aline.
Aqui no meu campo de batalha, o TDAH, eu já vi tantos psicanalistas duvidando da existência do diagnóstico, minimizando os impactos do transtorno na vida do paciente e até consagrando fake news (como o Christian Dunker, que repercute em vídeo uma mentira afirmando que o psiquiatra que primeiro propôs a tipologia do transtorno depois se arrependeu e renegou a existência do TDAH) que não consigo mais levar esse campo de conhecimento a sério, pelo menos no universo da neuroatipia.
eu nem estou questionando o que eles pensam sobre autismo, pq acho que tem surgido coisas legais, novas, e tal, nesse campo. quero ler, quer ler respeitosamente.
mas na política, eles andam muito mal acompanhados, de autistas que são nível 1 de suporte que são misóginos.
se esses jovens não fossem autistas e estivessem em qualquer outro lugar no mundo, os psicanalistas diriam "têm traumas com as mães", mas como são autistas que dizem exatamente o que os psicanalistas precisam na luta contra ABA, então eles fingem que não são jovens misóginos cheios de PROBLEMAS PSICANALÍTICOS para tratar.
o plot twist é esse, a meu ver.
Colocação perfeita!!!! Obrigada por escrever!
(a psicanálise me ajudou muito, mas não a reconhecer meu autismo, e sim, meu trauma. é uma abordagem bastante complexa e, quando bem feita, ajuda bastante, mas certamente não dá todas as respostas)
Tem seríssimos problemas atualmente com mães de autistas de alto grau de suporte . Aliás, sempre teve, a cada período histórico, problemas com vários grupos de mulheres. As mulheres trans que o digam e por aí vai.
sabia que eu me identifico muito com a experiência trans? eu tenho uma teoria (que pode estar completamente errada) que eu desenvolvi altas habilidades pra lidar com o autismo e a maior característica que veio com isso foi a hipersensibilidade e uma empatia tão louca que às vezes eu tenho a impressão que eu consigo ler a mente das pessoas (sei que não é verdade, aí eu sinto que eu to pirando). minha identificação com a experiência trans é a seguinte: admiro muito a escolha de viver de forma diferente e reconheço ao mesmo tempo que eles não tem escolha além de ser como são. eu sinto que eu não tenho escolha a não ser ser como eu sou.
(a palavra empatia talvez não seja a melhor nesse contexto, mas é algum tipo de desregulação muito intensa que me machuca um pouco)
Você sabe que já existem estudos que apontam que a prevalência de pessoas trans entre autistas é bem maior que entre pessoas típicas, né? Tenho amiga psicóloga que atende criança e adolescente que já está com vários pacientes trans e autistas.
não sabia, mas não me surpreendo nenhum pouco! eu reprimi completamente a minha bissexualidade por conta de homofobia, hoje estou casada com um homem (e estou muito feliz), mas fico triste pelos relacionamentos com mulheres que tive que esconder por medo.
E viva Foucault!
Eu tenho acompanhado o ABA de mais perto e vejo o quanto tem sido imprescindível para o desenvolvimento das crianças.
Infelizmente, alguns autistas nível 1 não somam forças! 🙄